"É o preço que se deve pagar quando há tanto em jogo.
E no jogo, não há limites, não há regras, não há segredos.
As regras, os próprios participantes devem fazer.
Os segredos, cada um deve guardar para si para proteger quem permanece do outro lado da porta.
E os limites. Ah, os limites! Quanto mais se aproximar deles, mais alto você deve percorrer. Em um mundo onde os limites são invisíveis, o jogo permanece sem uma linha de chegada definida e muito menos onde se espera chegar. Se é que se deve esperar. Ou se chega em algum lugar.
O preço para isso é a consequência do viver. Viver é andar no limite e fazer com que ele sempre esteja ali, porém ultrapassá-lo.
Viver é esquecer das regras mas deixar claro o que se deve fazer.
Viver é manter em silêncio o que você gostaria de gritar para todos ouvirem, e baixinho, no pé do ouvido sussurrar: é segredo.
Viver é um jogo.
A vida sem regras, sem segredos e sem limites não é vida.
Vida é saber de tudo sem saber de nada. Apostar errado sabendo que pode ser o certo. Correr riscos, cometer deslizes, ter dúvidas.
Afinal, no que você vai apostar hoje?"
(Texto produzido em 8 de novembro de 2009)